terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A ideia de trazer para o debate...

...alguns dos desafios impostos pela presença, cada vez maior, dos meios de comunicação na vida quotidiana e como essa ubiquidade dos media impacta no papel da mãe enquanto primeira educadora, surgiu no final do ano passado, no curso das pesquisas para a minha tese de doutoramento em Ciências da Comunicação.
A leitura de alguns autores da sociologia à psicanálise, da comunicação à neurociência, trouxe-me algumas pistas preciosas acerca da presença dos pais, sobretudo das mães, na aprendizagem durante os primeiros anos de vida e como essa etapa dos cuidados infantis terão reflexos na vida adulta.
Durante a gravidez, as futuras mamãs costumam fazer inúmeras projeções sobre o modo como vão educar os seus filhos. Nesse período, é normal que, devido às alterações hormonais, estejam mais sensíveis e emotivas, de forma a se tornarem mais susceptíveis.
Um mundo de dúvidas acompanha os pais desde os primeiros sinais de vida do bebé, ainda no ventre materno, até o momento em que a criança atinge a idade escolar (para alguns essas dúvidas nunca acabam!), na mesma medida em que informações sobre como se proteger e proteger o bebé surgem de todos os lados: através de familiares, amigos e, cada vez mais, dos meios de comunicação.
Do texto ao hipertexto, da televisão aos portáteis, dos telefones aos iphones, dos rádios aos ipods, e por aí a fora. Estamos a viver numa nova era e, quanto a isso, não há volta a dar. Já não é possível viver à margem das inovações tecnológicas e das mudanças por elas operadas na sociedade e na vida de cada um, em particular.
Assim, penso que qualquer mulher que, como eu, tenha dado à luz nos últimos anos deve se perguntar: o que muda na educação que eu dou ao meu filho em casa na era digital? Que competências essenciais eu devo adquirir enquanto mãe de um nativo digital? Como essas competências vão refletir na socialização do meu filho? Como é óbvio, essas não são perguntas fácis de responder e trazem a reboque muitas outras, para as quais as respostas serão igualmente difíceis ou, pelo menos, ambíguas.
Estou certa de que a aquisição de competências tais como saber aceder, no sentido de localizar informação útil e confiável, compreender, analisar e criar novos conteúdos de media, resultará não apenas em um aumento do pensamento crítico para as mães, a respeito daquilo que ouvem, vêem e lêem sobre o mundo das crianças, como será uma ferramenta valiosa na transmissão vertical de conhecimento, contribuindo para aumentar a segurança da criança nas suas próprias ecolhas.
É a partir dessas premissas que eu pretendo fazer deste blogue um lugar de discussão pública de uma literacia para mamãs. Aceitam-se colaborações.

2 comentários:

  1. Olá Ana Paula!
    Adorei sua iniciativa, pois também sou mãe de um nativo digital, prestes a fazer 5 anos. O que tenho a dizer é que eu substimava demasiadamente a capacidade de compreensão e raciocínio das crianças. Temos conversado muito aqui em casa sobre limites x meios de comunicação e entretenimento 'virtual'. pela vontade dele, passaria o dia de tela em tela, filmes, video-game, youtube, ipod... no entanto, minha maior preocupação é a televisão. a linguagem televisual vicia, suas mensagens deturpam os fatos, e o apelo comercial vinculado a este meio de comunicação está tão enraízado, que nem nos damos conta mais. A tv virou vitrine do shopping.... não sei, penso que as crianças hj sofrem um bombardeio de objetos de consumo, de desejo por novidades, que nós, na infância, não estávamos tão expostos.

    um abraço!
    Catia

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  2. veja esta matéria: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2011/02/criancas-sabem-mais-mexer-no-mouse-do-que-amarrar-os-sapatos.html

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